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I SEMINÁRIO EFEITOS DE GÊNERO

Interseccionalidades e práticas de resistência

 

27 e 28 de novembro de 2019

Universidade Estadual de Montes Claros

Apresentação

             O I Seminário Efeitos de Gênero surgiu com o objetivo de integrar xs diversxs estudiosxs e grupos de pesquisas envolvidxs nos debates sobre as relações de gênero. O desejo de proporcionar um espaço de conversação é fruto das discussões estabelecidas nos Grupos de Trabalhos de Gênero da ANPUH (Associação Nacional de História), despertando o interesse do GT regional em estimular as discussões também em Minas Gerais. Essa ação coaduna com as metas do Grupo de Pesquisa e Estudos Gênero e Violência, institucionalizado na Unimontes e cadastrado no CNPq.

         Em sua primeira edição, o evento propõe o subtítulo Interseccionalidades e práticas de resistências revelando a urgência em discutir as performances de gênero a partir de múltiplos vieses, valorizando as experiências de raça, classe, geração, religião, região etc. Além disso, reconhecemos que o momento atual nos impõe a necessidade reflexiva sobre as práticas de resistências, no intuito de somarmos forças em prol de uma sociedade mais justa e libertária.

               O evento será realizado nos dias 27 e 28 de novembro de 2019, integrando a agenda dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, organizada em diversas partes do mundo e marcante nos países Latino Americanos.

            O nome do evento, “Efeitos de Gênero”, remete ao caráter histórico e político da categoria gênero, em oposição às posturas teóricas e metodológicas que tomam o gênero como algo fixo, natural, estritamente biológico ou ainda, como uma essência metafísica, determinando papéis imutáveis, segundo uma lógica binária de divisão sexual, machista na valoração e heterocentrada nas normas de conduta, quer essas posturas estejam em conformação a preceitos religiosos, quer a outras tradições seculares. Como escreveu Judith Butler, eminente filósofa feminista:

Explicar as categorias fundacionais de sexo, gênero e desejo como efeitos de uma formação específica de poder supõe uma forma de investigação crítica, a qual Foucault, reformulando Nietzsche, chamou de “genealogia”. A crítica genealógica recusa-se a buscar as origens do gênero, a verdade íntima do desejo feminino, uma identidade sexual genuína ou autêntica que a repressão impede de ver; em vez disso ela investiga as apostas políticas, designando como origem e causa categorias de identidade que, na verdade, são efeitos de instituições, práticas e discursos cujos pontos de origem são múltiplos e difusos. (BUTLER, 2003, p. 9, grifo da autora)

               Esse tipo de pensamento crítico, voltado ao estudo dos condicionantes sociais dos “problemas de gênero”, está presente nos mais diversos feminismos, a partir de tradições epistemológicas diversas como as correntes do feminismo ligadas ao marxismo, ao pós-estruturalismo, às diversas correntes pós-coloniais e decoloniais, dentre outras. A constante problematização dos efeitos de gênero tradicionalmente segregadores, hierarquizantes e violentos, assim como a luta por outros efeitos de gênero mais igualitários e abertos à diferença são pontos de encontro dos diversos feminismos, tanto nos movimentos sociais organizados quanto nos estudos acadêmicos.

             Já o subtítulo dessa edição “interseccionalidades[1] e práticas de resistência”, por um lado, põe em foco a importância da análise conjugada de diversas categorias tradicionalmente isoladas nos estudos acadêmicos como as de gênero, raça, etnia, classe social, orientação sexual, identidade de gênero, localização geopolítica,condições físicas e intelectuais, dentre outras. Por outro lado, também coloca em evidência a importância de compartilharmos nossas práticas de resistência, isto é, as ações, projetos, estudos etc. realizados nos movimentos sociais e nas universidades por pessoas engajadas nos diversos feminismos em contraposição aos diversos instrumentos de controle, exploração e dominação machistas, racistas, etnocêntricos, cis-heteronormativos, capacitistas etc. que nos cerca.

          Nesse sentido, o evento pretende realizar encontros bianuais no intuito de construir espaços permanentes de reflexões, debates e ações, agregando pessoas de diversas áreas do conhecimento e com variadas experiências coletivas.

Público Alvo:

 

Estudantes, pesquisadorxs, profissionais de instituições públicas, privadas ou filantrópicas, membros de coletivos, todo cidadão ou cidadã interessada no debate acerca das relações de gênero.

[1]O conceito de interseccionalidade foi cunhado pela intelectual negra estadunidense Kimberlé Crenshaw, como um contraponto ao racismo do feminismo branco e ao machismo do movimento negro centrado nas reivindicações masculinas, entretanto, com sua popularização passou a designar o cruzamento de categorias de forma mais ampla (Akotirene, 2018).

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