Minicursos
A participação em minicurso está inclusa no valor da inscrição. O participante poderá selecionar apenas um minicurso, tendo em vista que todos acontecerão no mesmo horário. A carga horária de todos os minicursos será de 4h.
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Gênero, História Oral e Políticas Públicas
Proponentes: Marta Rovai (UNIFAL); Andrea Paula Kamensky (UFABC) e Marcela Evangelista (USP) - Local: Auditório do CCSA
Data/Horário: Devido ao horário de chegada das professoras em Montes Claros, este minicurso acontecerá excepcionalmente no dia 27/11 de 18 às 19h e no dia 28/11 de 8 às 10h e de 18 às 19h. Os demais minicursos seguirão o horário normal previsto na programação.
Ementa: O Minicurso tem como proposta apresentar conceitos relacionados aos debates da História oral, aos estudos de gênero e à organização de políticas públicas voltadas às mulheres. Pretende-se realizar uma introdução ao debate mais amplo, relacionando as três temáticas, uma vez que as demandas por elas crescem cada vez mais, não apenas no espaço acadêmico, mas em diferentes setores da sociedade que buscam espaço político, reparação e fortalecimento. Desta forma, pretende-se proporcionar um contato teórico, no cruzamento do trabalho com a história oral e gênero, e proporcionar a troca de ideias e experiências de pesquisas com narrativas envolvendo mulheres heteros e LGBTs. O curso fará a abordagem de experiências com entrevistas orais de grupos considerados vulneráveis e os efeitos sociais e políticos do conhecimento produzido, em ações de História Pública e políticas públicas. Para estimular o debate e a compreensão em torno de conceitos e procedimentos de pesquisa e comunicação serão socializados exemplos de trabalhos com comunidades de mulheres, tendo por referência a agenda de questões e propostas elaborada por movimentos e entidades feministas e por movimentos de mulheres nas últimas décadas no Brasil.
2. Gênero e Teoria Queer
Proponentes: Gustavo Ramos (GPEG) e Gerferson Damasceno (GPEG)
Local: Sala do PPGH
Ementa: Esse minicurso propõe uma investigação interdisciplinar e interseccional sobre a produção das subjetividades – marcadas pelo sexo, pelo gênero e pelo desejo –, como uma função do poder. A partir de dois eixos:(1)No primeiro, o objetivo será (1.1) o estudo da produção da sexualidade como experiência, e (1.2) o estudo das suas subversões, a partir da seleção das práticas das subculturas sexuais sadomasoquistas ou fetichistas comolócus privilegiado de observação e análise. O referencial teórico desse eixo é constituído pelas reflexões sobre a analítica do poder, o dispositivo da sexualidade e a dessexualização do prazer, segundo Michel Foucault; e pelo conceito de contrassexualidade, segundo Paul B. Preciado.(2)No segundo, o objetivo será problematizar as dinâmicas do poder no pós-Segunda Guerra Mundial e as novas tecnologias biopolíticas de produção de subjetividades e corpos. O referencial teórico desse eixo é constituídopelo conceito de biopolítica, segundo Michel Foucault; de sociedades de controle, segundo Gilles Deleuze; e farmacopornografia, segundo Paul B. Preciado.
3. Gênero e Cinema
Proponentes: Renata Santos Maia (UFSC) e Ana Paula Jardim (UFSC)
Local: Sala do PPGH
Ementa: O cinema pode ser considerado uma importante tecnologia de gênero (DE LAURETIS, 1994) que veicula padrões de beleza, modelos de corporeidade, formas de comportamento e diversas outras construções generificadas do viver em sociedade. Quando pensamos a trajetória dos estudos feministas e de gênero, articulada com as transformações tecnológicas e a renovação dos paradigmas historiográficos, é possível percepcionar os efeitos produzidos nos espaços que sujeitos dissidentes começaram a ocupar em vários âmbitos sociais e as diversas formas pelas quais elxs próprias passaram a se enxergar e a representar, na história e no cinema, na luta contra a submissão, pelo reconhecimento e conquista de direitos. Somada a essas transformações, também a teoria queer penetrou os estudos sobre cinema, festivais e congressos sobre a sétima arte. As ressonâncias das ideias defendidas dentro e através de todos esses movimentos e estudos conduziram ao surgimento de novas poéticas, sensibilidades e afetos. Com o intuito de debater sobre essas questões e agregar outras maneiras de se pensar a relação entre gênero e cinema, é que propomos esse minicurso para juntxs dialogarmos e trocarmos experiências e conhecimentos.
4. Gênero e História Pública
Proponentes: Leonara Delfino (PPGH/Unimontes) e Tatiana Castro (UFF)
Local: Sala do CCH
Ementa: O presente minicurso tem por objetivo discutir sobre as possibilidades de diálogos entre história pública, estudos de gênero e o ensino de história. Nesse sentido, pretendemos refletir as imposições da heteronormatividade e a naturalização do sexismo nas diversas representações discursivas e práticas dentro e fora do espaço escolar. Para tecermos o cruzamento entre as temáticas de gênero, história pública e ensino de história, interessa-nos a inserção ao debate acerca dos efeitos das representações de gênero em diversas frentes discursivas, tais como as mídias tradicionais (TV, revistas, jornais impressos, cinema, etc.) e as mídias digitais (redes sociais, blogs, canais de youtube, etc.), na construção das concepções históricas dos/as alunos/as, no que diz respeito às hierarquias sociais forjadas a partir das diferenças sexuais e sociais de gênero. Serão tratados estudos como os de Guacira Lopes Louro, Michel Foucault, bell hooks para compreendermos a disciplinarização/escolarização dos corpos, os efeitos de poder quando a heteronormatividade e a desigualdade se gênero assumem a ordem do discurso na sociedade ocidental. Em seguida, discutiremos os diversos sentidos e itinerários da História Pública, através de autores como Ana Maria Mauad, Sônia Meneses, e Marta e as possibilidades de se fazer uma “história pública” democrática e comprometida com a construção da “consciência histórica,” em que o sujeito aprendente seja capaz de pensar historicamente os processos sociais, desmobilizando os preconceitos sociais de gênero e de diversidade sexual. Por fim, trataremos das possibilidades da pedagogia de gênero no ensino de história, as disputas em torno da definição das políticas curriculares para a inclusão ou banimento do termo gênero dos planos de ensino, e a influência do debate público engendrado por segmentos reacionários da sociedade.
5. Gênero e Mídias
Proponentes: Ana Carolina Ferreira (GPEG)
Local: Sala do CCH
Ementa: Este minicurso pretende promover inicialmente uma explanação sobre conceitos como gênero, representação social e meios de comunicação de massa, com base em autores como Joan Scott, Margareth Rago, Foucault, Adorno e Horkheimer e outros para depois iniciar as análises e reflexões a respeito de mídia e gênero. Como se trata de um tema extremamente amplo, os objetos a serem analisados serão a tv brasileira, na sua prioridade mas também recortes de jornais do Jornal do Norte do ano de 1980. Será feita uma passagem rápida sobre o surgimento das emissoras no Brasil e a criação de programas voltados para o público feminino, bem como o reflexo disso no Norte de Minas quando por aqui chegou a primeira emissora de tv. Alguns casos atuais onde a exposição do corpo feminino ou questões que envolvam desigualdades de gênero na mídia também serão expostos para promover debate entre os/as participantes.
6. Gênero e Decolonialidades
Proponentes: Simone Rosiane Corrêa Araújo (FASA)
Local: Auditório do CCH
Ementa: A verdade dos discursos sobre o sexo e o gênero foi escrita por sujeitos e instituições segundo uma vontade de saber e de poder que colocou todo aquele que não se enquadrava nessa verdade numa posição deslocada, invisibilizando sua participação na história, nas ciências, nas religiões e na política (FOUCAULT, 1996; SPIVAK, 2010). O pensamento moderno, colonial, capitalista e eurocêntrico universalizou uma lógica dicotômica e hierárquica dos gêneros e das sexualidades através do processo da colonialidade do poder e do saber (MIGNOLO, 2007; QUIJANO, 2017). Tais conceitos são empregados, ainda hoje, como categorias analíticas universais quando se busca respostas frente às relações de dominação. O objetivo principal do minicurso é discutir a necessária problematização do sistema dicotômico hierárquico engendrado colonial eurocêntrico, a insuficiência de categorias analíticas e a necessidade de valorização dos chamados saberes subalternos a partir de novas propostas epistemológicas. Partindo do conceito de agente enquanto ser humano independente atuando em prol de seus interesses e agência como os meios necessários para tanto, a proposta é pensar no deslocamento discursivo nas discussões sobre gênero e sexualidade como caminho de agenciamento de novos sujeitos e a ressignificação das classificações binárias impostas pelo processo colonial como pressuposto para a compreensão de outras realidades e culturas. Para Spivak (2010) o caminho passa pelo enfrentamento e problematização dos discursos hegemônicos e pelo cuidado necessário a quem produz conhecimento quanto às suas próprias crenças e ações, sendo indispensável relacionar o conhecimento teórico ao engajamento político. Busca-se, portanto, pensar a contribuição da decolonialidade no processo de desconstrução do discurso e do conhecimento de cunho patriarcal e sexista.